sábado, 17 de março de 2012


Como as cores num retrato o tempo insiste em desbotar. As lembranças que eu guardei estão todas a murchar. Ao fechar os olhos me transporto a um dia mais feliz. Em meus sonhos tento modificar um destino tão sombrio. O calor do dia envolve nossas mãos. Um fantasma do tempo, sentimento que não chega ao fim. Misturando amor e dor, seu sorriso sempre viverá dentro de mim. Quando a noite cai, a saudade traz a lembrança do seu rosto. E uma lágrima se torna um santuário. Uma flor que cai no silêncio e faz a lembrança dessa história ecoar, trilhar a estrada das pétalas em nossos laços de flor. Essa nossa melodia, o tempo insiste em desgastar. Harmonia a ressoar por um mar de solidão. Duas almas se entrelaçam no infinito a dançar. Mesmo um rio de lágrimas tem a imagem do luar. Nossos sonhos já não podem perecer, preservados pra sempre, eternamente no meu coração. Quando a flor desabrochar, a promessa vai se transformar em oração. Não pensar no fim é o que faz de mim uma chama contra o vento resistindo à dor em meio à tempestade. Sem me entregar tento disfarçar minhas lágrimas enquanto a chuva cai. O vento segue a sussurrar a nossa velha canção. É o que nos faz acreditar que mesmo um Deus não vai nos separar.

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